Cândida auris: o que você precisa saber sobre esse fungo resistente
- Dra. Luciana Gomes Corrêa

- 10 de abr.
- 2 min de leitura

Nos últimos anos, um nome tem ganhado destaque no noticiário médico e científico: Cândida auris. Trata-se de um fungo emergente, que vem preocupando profissionais da saúde por seu comportamento atípico e resistência aos tratamentos convencionais. Diferente de outras espécies do gênero Candida, esta apresenta uma capacidade surpreendente de sobreviver em ambientes hospitalares e infectar pacientes de maneira silenciosa, tornando-se um verdadeiro desafio para a infectologia moderna.
A Cândida auris foi identificada pela primeira vez em 2009 e, desde então, casos vêm surgindo em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Uma de suas principais características é a dificuldade de identificação correta por exames laboratoriais comuns, o que pode atrasar o diagnóstico e, consequentemente, a adoção de medidas adequadas de controle. Além disso, sua resistência a diferentes abordagens terapêuticas tem levantado alertas globais sobre a necessidade de estratégias eficazes de prevenção e contenção.
O fungo pode causar infecções graves, especialmente em pacientes hospitalizados, imunossuprimidos ou com dispositivos invasivos, como cateteres. Ele pode afetar a corrente sanguínea, o sistema nervoso central, ou ainda causar infecções localizadas. A mortalidade associada às infecções por Cândida auris é considerada alta, especialmente quando o diagnóstico é tardio. É por isso que o olhar atento da infectologia se torna fundamental, tanto na identificação quanto na condução do tratamento adequado.
Além da resistência a diferentes terapias, um dos maiores riscos está relacionado à sua capacidade de sobrevivência em superfícies hospitalares por longos períodos. Isso significa que ele pode se espalhar facilmente entre pacientes, profissionais e equipamentos, favorecendo surtos em instituições de saúde. A adoção rigorosa de práticas de controle de infecção é uma das principais formas de prevenir sua disseminação.
Na perspectiva da infectologia, a vigilância ativa e a educação continuada dos profissionais de saúde são medidas indispensáveis. A presença da Cândida auris reforça a importância de protocolos bem estruturados, monitoramento constante e comunicação eficiente entre os setores hospitalares. A conscientização também deve alcançar a população em geral, que precisa entender que infecções resistentes são um problema coletivo, que exige colaboração e responsabilidade de todos.
Para quem está em casa, uma dica importante é manter hábitos básicos de higiene e seguir corretamente as orientações médicas, especialmente em situações que envolvam internações, uso prolongado de medicamentos ou contato com ambientes hospitalares. Mesmo que a Cândida auris não represente um risco direto para a maioria das pessoas saudáveis, é essencial que todos contribuam para evitar a propagação de micro-organismos resistentes.
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Por:
Luciana Gomes Corrêa
CRM 174513
Rqe Infectologia 87289
Rqe Homeopatia 90979





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